TAXIDERMIA DE MAMÍFEROS
PRELIMINARES
A
taxidermia de mamíferos se faz de duas maneiras. No caso de mamíferos pequenos
(até um macaco prego), por pele cheia, isto é, músculos e órgãos são
substituídos por algodão. Para animais maiores, por pele aberta.
Como
primeiro passo procuram-se ectoparasitos. A seguir, tiram-se quatro medidas
usuais.
A
medição deve ser feita em animal recentemente abatido, nunca sobre a pele já
taxidermizada, e de preferencia com régua de madeira graduada em milímetros ou
com trenametálica. O processo é o seguinte:
1.
Cabeça e Corpo: da ponta do focinho á base (início) da cauda
dorsalmente.
2.
Cauda: desde a base até a ponta, com exclusão dos pelos terminais, se houver.
Para
medir a cabeça e o corpo, além da cauda, coloca-se o animal deitado de barriga
para cima sobre uma prancha ou mesa, puxando-o ligeiramente para trás, pela
cauda, para que não fique encolhido e deixando a cauda pendente. Coloca-se a
ponta de régua na região da primeira vértebra caudal ,onde ela flexiona com o
corpo e mede-se, sucessivamente, a cabeça e o corpo, com régua ao longo do
animal, e depois a cauda (fig. 4.6).
3. Pé:
mede-se a planta do pé, do calcanhar á ponta do dedo mais longo, com exclusão
de pelos e unhas (fig. 4.5.).
4.
Orelha: mede-se por dentro, desde a parte presa a cabeça, até a extremidade
livre (fig. 4.4.).
As
medidas são sempre feitas da mesma maneira nos variados mamíferos, em cada
exemplar são repetidas pelo menos uma veze anotadas no rótulo, em milímetros,
na ordem acima, separadas por vírgula ou traço. Geralmente medidas tiradas por
duas pessoas, no mesmo animal, dão resultados um pouco diferentes; daí a
importância de medir sempre do mesmo modo.
Verifica-se agora o sexo do animal, anotando-se também em uma etiqueta e no caderno. Poucos são os mamíferos que não permitem reconhecimento externo e imediato do sexo.
Isso feito
inicia-se a escalpelação.
1.
Pele Cheia
Coloca-se
o animal de barriga para cima, afastando para os lados pernas e braços. Com
tesoura de ponta fina, bisturi ou gilete, faz-se uma incisão desde o fim do
externo (um pouco abaixo) até pouco antes dos órgãos genitais (fig 4.7.).
Procura-se não atingir a musculatura para que a
barrigada não fique à mostra, o que dificultaria o trabalho. Corta-se apenas a
pele.
Com
auxilio da pinça e dos dedos vai-se deslocando a pele para os lados (um de cada
vez) separando-a da musculatura. Quando necessário, espalha-se um pouco de fubá
sobre a superfície descoberta, para seca-la.
Descoberta
a articulação da coxa com a perna, deve-se segurá-la com uma das mãos, enquanto
a outra vai revirando a pele até junto dos dedos. Com uma tesoura forte ou com
o osteótomo (ferramenta para cortar ossos, parecida com aquela de trinchar
galinha), cortam-se os ossos da perna, logo abaixo da articulação (fig. 4.8).
Se
quiser preparar esqueleto completo ou peça anatômica, o processo é um pouco
diferente (ver abaixo). Corta-se a musculatura da perna, deixando os ossos bem
limpos. Repete-se a operação para outra perna.
No caso
de animais de pele muito fina, como a lebre, cuícas, ratinhos, e especialmente
em climas secos, não se deve deixar secar muito a pele, pois esta pode rasgar
quando desvirada. Nestes casos convém tratar com o veneno cada perna assim que
escalpelada, e desvirá-la imediatamente.
Continua-se
o deslocamento da pele até as costas, de modo que os dedos possam passar
livremente entre pele e corpo. Não se deve forçar para não quebrar a inserção
da cauda. Corta-se a ligação dos genitais e do intestino com a pele.
Agora é
necessário cuidado na retirada da cauda. Desnuda-se com bisturi ou com os dedos
os primeiros centímetros de cauda, até onde der sem esforço. Aperta-se firme a
cauda entre as duas hastes de uma tesoura, que é mantida bem firme. Puxa-se o
corpo também com firmeza, mas devagar. A cauda geralmente se desta com
facilidade e vira no avesso. Quando isto não acontece da primeira vez, não se
deve forçar, para não quebrar. Rola-se a cauda algumas vezes entre as mãos ou
entre a régua e a mesa, e repete-se o processo.
Vira-se
agora à parte já escalpelada da pele pelo avesso. Segura-se com uma das mãos as
duas coxas, que ficaram presas ao corpo e com a outra se vai deslocando a pele.
Com o pincel ou
trincha envenena-se a pele com a mistura de arsênico e alúmen.
Envolvem-se os ossos dos braços e
das pernas que ficaram aderentes à pele, com algodão, procurando imitar, em
forma e volume, a musculatura retirada (fig. 4.13). Se os ossos foram retirados
com a carcaça, para preparo de esqueleto, são substituídos por um chumaço de
algodão, preso com um ponto a pele do punho ou tornozelo. Há também quem coloque
uma lapinha de bambu no lugar dos ossos. Faz-se voltar pernas e braço a posição
normal, desvirando-os, com cuidado para não rasgar a pele. Desvira-se toda a
pele.
Corta-se
um pedaço de arame ou de taquara, de grossura adequada, que é recoberto por uma
camada firme de algodão, pulverizado com veneno; este molde que deve ter no
máximo a grossura da cauda retirada, é introduzida nela, até a extremidade, sem
no entanto distendê-la (fig. 4.14).
Toma-se agora um chumaço de algodão
dá-se-lhe a forma cilíndrica, de comprimento igual ao do corpo do animal
(focinho até a base da cauda) e, segurando-o com pinça longa, enche-se
completamente a pele, não deixando-a muito fofa. Procura-se deixar a ponta do
arame da cauda no meio do chumaço do algodão do corpo, para que não rasgue a
pele.
Com a
agulha e linha fecha-se a incisão ventral, da frente para trás.
Neste
momento repassam-se as mãos e pés. Se a escapelação foi feita a té a ponta dos
dedos, nada mais há a fazer. Se não foi, há duas alternativas. Pode-se fazer um
corte longitudinal em cada dedo (no lado palmar) e puxar com uma pinça,
arrancando os tendões flexores e envenenando o lugar. Se não se quiser fazer
isso, injeta-se um pouco de formol a 10 % em cada dedo ou artelho.
Basta
agora fixar a pele, com alfinetes que atravessem as mãos e os pés, numa
superfície plana, para secar. Os braços são puxados para frente, junto ao
pescoço e sob a cabeça, e as pernas distendidas para trás e aproximadas uma da
outra, ao longo da cauda (fig. 4.15).
Finalmente,
com pincel ou trincha limpa-se a pele, para livrá-la do fubá e do veneno
aderidos durante a preparação e para alisar bem o pelo.
A
secagem deve ser feita à sombra, mas em lugar fresco e ventilado, pois peles expostas
ao sol, além de descorarem amolecem e enxugam gordura que mancha e favorece a
decomposição. As peles devem ser colocadas em lugar inacessível a curiosos,
crianças e animais.
1.
Pele aberta
No
preparo de peles abertas deve-se orientar as incisões de maneira que não fiquem
retalhos mal ajeitados. Faz-se sempre uma do queixo à ponta da cauda. Desta
incisão central partem outras até a ponta dos membros.
A
escalpelação deve ser minuciosa, virando-se também no avesso as orelhas para
retirar a musculatura da base.
No caso
de veados machos, portadores de galhadas, faz-se na nuca do bicho uma incisão
suficiente para retirar o crânio.
Quando
a pele está muito gorda e não se consegue tirar bem a gordura com o bisturi
(caso da capivara, por exemplo), pode-se proceder de duas maneiras. Uma é dar
um bom banho de gasolina na pele, se dispuser de recipiente adequado. Outra é
envenenar a pele mas não esticá-la imediatamente, ao contrário, fazer um rolo
frouxo e deixar 12 a
24 horas na sombra. A gordura liqüefaz-se e escorre. Envenena-se então de novo.
Para
esticar a pele pode-se usar uma moldura de madeira, uma tábua grande ou um jogo
de varas. No primeiro caso, passam-se barbantes nas beiras da pele e amarram-se
na moldura, esticando bem uniformemente. Se dispuser de uma tábua (ou
superfície de madeira) maior que a pele, esta pode ser pregada naquela, com o
pelo para baixo. Este método é meio perigoso, pois se pode ajuntar água sob a
pele e prejudicar a tanagem.
Atenciosamente C & E TAXIDERMISTAS
OBS: As taxidermias de carcaças de animais silvestres deverão ser devidamente legalizadas pelos órgãos ambientais e com laudo de procedência.
Duvidas e esclarecimentos entrar em contato.
Email: taxidermia.ecbio@hotmail.com
Tel: (019) 99425-9793 / (019) 99102-1634
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